Cabeça a Prêmio (Segunda, 27 Setembro 2010)
Me decepcionou, embora reconheça que é muito bem feito. Faltou uma "explosão" [estou falando de tensão, não de bombas, ok?]. É a estreia do ator Marcos Ricca na direção, a partir de livro do escritor Marçal Aquino.
A história da família de fazendeiros envolvida com o atividades ilegais na fronteira com a Bolívia parece mais interessante do que o filme propõe. É uma terra distante da lei, sem identidade exata, espremida entre culturas fronteiriças. Isso não ficou tão claro.
O melhor da trama é a disputa interna de poder na família, que vai sendo construída habilmente, de forma muito sutil, até perto do final, quando irmão mais novo (Otavio Muller) tenta uma cartada fria contra o mais velho, Fulvio Stefanini. É o ponto que mais gera tensão.
Todos os atores, por sinal, estão muito, muito bem. Principalmente Stefanini.
Mas a trama demora um pouco a se desenvolver. A tal "cabeça a prêmio", por exemplo, ocorre quando já se passou mais de uma hora de filme e restam 30 minutos para o fim.
A construção do personagem de Eduardo Moscovis, um matador a serviço dos irmãos fazendeiros, é imprecisa, por ser óbvia. E Denise Weinberg, uma atriz muito bacana, faz uma ponta estranha: uma cigana que não tem função na história.
Há uma frase muito boa do personagem de Cássio Gabus Mendes, matador e parceiro de Moscovis: "A gente é bom. Só que tá do lado errado".
14:25 Escrito por fiume | Permalink | Comentários (0) | Tags: filme | | del.icio.us | | Digg | Facebook | | Imprimir