Na trilha do velho rio - 2 (Segunda, 03 Agosto 2009)
São Roque de Minas
Terça-feira, 3 de agosto de 1999
Entramos hoje no parque da Canastra. Logo chegamos à nascente do rio. É apenas um filete de água. Na verdade, há vários filetes que dão início ao rio. Estivemos em apenas um deles.
Seguimos depois até a Casta D'Anta, a primeira queda-d'água no rio. É maravilhosa. É preciso andar bastante, subindo e descendo, para chegar até ela – partimos do alto. Eu e Gustavo bancamos breathless trekkers.
A queda é espetacular. Tem 186 metros ininterruptos, que desaguam numa pequena lagoa. Uma visão paradisíaca. Saint-Hilaire deve ter pirado quando a descobriu, no século passado. A água, contudo, é geladíssima. Não consegui entrar. Pus apenas as pernas na água e simplesmente parei de senti-las, enquanto tentava criar coragem para prosseguir. Desisti...
Não havia sol – estava escondido atrás do morro. Isso dificultou um pouco as fotos. O contraste entre sombra e luz era muito grande. Esperemos para ver como ficaram.
Após a queda, o rio segue por entre pedras, formando um leito bonito e colorido. A água é sempre cristalina e bem fresca, excelente para aplacar a sede. Voltamos pela mesma trilha. Tudo bem descer. Subir foi bem mais difícil... E o sol das 13h30 não "ajudava" muito. Uma caminhada que deveria ter durado 1 hora custou mais ou menos 1h30.
Já de volta ao alto, apareceram os primeiros animais do parque. Havia um gavião, que teimava sempre em voar quando me aproximava para fotografá-lo. Também um pato mergulhador, que, segundo Antônio, nosso guia, está em extinção. Estava muito longe, porém. Não pudemos vê-lo direito.
Em cima, antes da cachoeira, há no rio uma piscina natural muito bonita, que retém a água até a primeira queda, ainda pequena, e onde nadamos, depois. Em seguida, há outra piscina, bem maior, que antecede a grande queda. Belíssima!
Da beira da queda é possível ver todo o vale entre a Serra da Canastra e sua vizinha. Vê-se ainda parte da Casca D'Anta e da piscina em sua base e todo o leito que se segue. Vê-se também todo o percurso que fizemos até embaixo e a volta.
Na estrada de terra rumo a outra cachoeira, cujo nome não me lembro, avistamos um lobo-guará. Solitário e belo. Suas pernas altas lhe dão um porte elegante. Já havia visto guarás em zoológicos, mas vê-lo ali solto, num imenso descampado, foi espantosamente tocante. Tentamos nos aproximar, caminhando no capim seco, mas ele sentiu nossa presença e fugiu.
No caminho até o carro, Toninho Lacraia, como o guia é conhecido, apontou bem longe um tamanduá-bandeira. Decidimos ir até ele. Demos uma volta, um meio círculo, para que fôssemos na mesma direção que ele. Nos aproximamos, mas ele nos notou e começou seguir na direção oposta. Eu disse ao guia que, como já havia garantido uma foto com a objetiva, poderíamos correr na direção do animal para tentar outra de perto. Foi o que fizemos. Corri como um louco até o bicho, que passou a fugir em disparada. Cheguei bem perto dele, uns 5 ou 6 metros, correndo a seu lado. Parei e tirei a foto. O guia ficava gritando que não me aproximasse mais, pois ele poderia me atacar. Será?
O carro havia ficado muito para trás. Dava para vê-lo, pequenino, ao longe. Mais caminhada...
Fomos até a outra cachoeira e corremos (de carro) para ver o pôr-do-sol. Formava-se uma cor um pouco lilás em cima do imenso descampado montanhoso. Deslumbrante, como diria a Hilda...
16:35 Escrito por fiume | Permalink | Comentários (0) | Tags: aventura, fotografia, viagem | | del.icio.us | | Digg | Facebook | | Imprimir