Uma calma de verão (Segunda, 12 Setembro 2005)

Taí um filme bem didático. Coisa Mais Linda, documentário de Paulo Thiago, não é nada inovador – é até bem careta na linguagem. É apenas uma história (ou várias) bem contada. Bacana de ver. Estão lá o banquinho, a tardinha, o Rio...

 

O filme mostra, na verdade, a periferia da bossa nova para contar como ela nasceu, nos anos 1950, até o auge, em 1962, com o concerto no Carnegie Hall.

 

Tom Jobim, João Gilberto, Vinícius de Moraes foram maiores do que ela. Todos os conhecem. São gênios. Não ficaram restritos ao estilo. Mas vários outros cantores e compositores ficaram, o que não significa que não tiveram importância no gênero, apesar de muitos deles não serem muito conhecidos atualmente. (Ou você sabe qual era a zaga da seleção campeã de 62? Mas sabe que o ponta-direita era o Garrincha, não?) Confesso que não conhecia muitos desses autores periféricos, como Durval Ferreira e Bebeto.

 

A partir de dois “zagueiros”, Carlos Lyra e Roberto Menescal, o documentário vai mostrando, ponto a ponto, como e por que a bossa nova surgiu, quem fazia o quê. Eles vão contando suas histórias, intercaladas pelas de outros músicos, por entrevistas com alguns conhecedores – um deles o mala do Nelson Motta – e por imagens da época. Descobrimos ali como surgiram o banquinho, o barquinho, o modo de cantar baixinho, as batidas de violão.

 

Alguns histórias são divertidas, tudo no filme é muito leve, naquele ritmo de calma de verão, como a própria bossa. É engraçada a parte do único dos bambambãs ainda vivo. O máximo que o diretor conseguiu foi filmar o prédio em que o gênio recluso mora.

 

Ah, além de tudo, tem, é claro, a própria bossa nova, o gênero musical do jeito que o Brasil queria ser .

 

PS.: A zaga de 62 eram o Mauro e Zózimo. Tive de pesquisar.

21:40 Escrito por fiume | Permalink | Comentários (2) | |  del.icio.us | | Digg! Digg |  Facebook | |  Imprimir