Carta ao Yuri* (Quarta, 26 Outubro 2005)
Meu caro Yuri,
Não se aborreça com a minha afirmação sobre o referendo. É também uma questão de princípio. Por princípio, uma arma não pode estar ligada à vida. Mesmo na hipótese de que seja usada para preservar uma, ela seria usada contra outra e assim...
Qualquer que fosse o resultado no referendo, pouco mudaria. O Estatuto do Desarmamento, um bom documento que salvou muitas vidas, já restringiu – e muito – o acesso das pessoas a armamentos. O sim pouco mudaria isso. Seria mais uma coisa simbólica – como foi a vitória do não.
O que se perdeu foi uma oportunidade de o Brasil mostrar liderança num assunto muito polêmico – algo bem escasso. Seria uma grande nação dizendo adeus às armas (sorry pela referência). Um exemplo para a História.
Sobre a questão de o governo dizer ou não o que se pode fazer, não se pode levar tudo tão ao pé da letra. Por princípio, a civilização está ligada a um Estado. Fora dele, só há anarquia.
De qualquer forma, a melhor arma é a palavra. E dela se faz a democracia, algo que se viu no domingo.
Grande abraço,
Rodrigo
* ver comentário em Eu vou vivendo...
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Comentários
Apenas hoje vi esse post, Rodrigo. E não se engane: não me aborreci. Há algum tempo já - pouco, é verdade - deixei de me aborrecer com discussões políticas. Não vale a pena. Tanto que nem entrarei no mérito da questão. (Quem quiser saber quais são meus pontos de vista, que leia meus artigos e meu blog.) Se pareço mal humorado em alguns dos textos que escrevo é porque sou o "senhor teclado", uma variação do senhor volante do Pateta. (Todo aquele que se assume escritor é um pateta.) Basta eu me sentar diante de um assunto quente, e o Mr. Hyde passa a escrever em meu lugar. E eu lhe dou plena liberdade. Nem com ele quero confusão.
Abração, mano!
Escrito por: yuri v. santos | Quinta, 03 Novembro 2005