Domingo, 26 Junho 2005
Elefante
É simplesmente genial. Primeiro, porque é uma história que deve ser contada, apesar de toda a sua mostruosidade -- uma recriação da tragédia de Columbine. Segundo, pela forma como ela é contada por Gus van Sant.
A história toda é mostrada meio à distância -- a câmera (e o nós) vai acompanhando cada personagem -- num ritmo quase único, esticada até o limite de ser reencontrada de volta no tempo por um novo ângulo (no caso, de um outro personagem).
E você sabe quem são todos os personagens. São todos adolescentes comuns.
Depois do filme, estava tão tenso que só hoje, o dia seguinte, notei que não sabia p q ele se chama Elefante. Pesquei a explicação do Merten, no arquivo do Estadão:
"O título é uma homenagem ao diretor Alan Clarke, que fez um filme homônimo sobre a violência religiosa na Irlanda. Nele se conta, como uma parábola, a história do cego que quer saber o que é um elefante. Trazem o bicho e o cego esquadrinha o animal com as mãos, tentando desvendar, por meio do tato, o segredo da sua forma. Mas o rabo, a tromba, tudo o confunde e ele não consegue totalizar uma idéia. A soma das pequenas partes não lhe permite resolver o enigma. Assim também o cinema age como cego quando se debruça a analisar a violência, por prender-se ao detalhe em vez de contextualizar e fazer uma crítica mais abrangente. É o que se propõe Gus Van Sant."
Mas, apesar de tudo, confesso que não quero vê-lo nunca mais. "O horror, o horror...."
00:55 Escrito por fiume em Filme | Permalink | Comentários (0) | Tags: filme | | del.icio.us | | Digg | Facebook | | Imprimir