Terça, 23 Janeiro 2007
Incompreensão
Gostei de Babel, filme dirigido por Alejandro González Iñárritu, com roteiro de Guillermo Arriaga — ambos mexicanos e autores de 21 Gramas e Amores Brutos. É angustiante acompanhar a trama — ou tramas. O filme usa a referência bíblica para resumir a incomunicabilidade pelas diferenças. De idioma, de cultura, de pessoas.
Essas diferenças são bem montadas em histórias de culturas distintas, que, em algum momento, se relacionam — esse encontro usa o conceito de que as coisas estão relacionadas, já abordado em filmes como Antes da Chuva e Corra, Lola. É estranho ver, por exemplo, como, aos olhos do pai marroquino, a falta cometida pela filha que se deixa ver nua é tão grave quanto a do filho que dispara inconseqüentemente contra um ônibus de turistas.
A falta de comunicação aparece em várias formas: entre idiomas, entre pessoas (marido e mulher, pai e filha), entre nações (vizinhas ou distantes) e na metáfora da adolescente surda-muda.
A incomunicabilidade não é bem um tema novo (há Antonioni e seu silêncio, mas me vem à cabeça o divertido Denise Está Chamando, que mostra como as pessoas se falam no mundo tecnológico sem, de fato, se comunicar). É interessante, porém, tratá-lo numa época em que a tecnologia de comunicação está tão em alta, com e-mail, MSN, Skype, teleconferência, celular, TV a cabo, satélite, etc.
Temos hoje contato maior com pessoas e povos diversos, podemos conversar em tempo real (com imagem e som) com pessoas em outros continentes, temos acesso a uma gama incalculável de informações, mas isso não se reflete em conhecimento. E muito menos em compreensão. Teoricamente, está mais fácil se falar, mas, na prática, a incompetência humana nesse campo continua a eternizar um mundo, agora globalizado, de incompreensão.
02:30 Escrito por fiume em Filme | Permalink | Comentários (0) | Tags: cinema | | del.icio.us | | Digg | Facebook | | Imprimir
Sexta, 19 Janeiro 2007
Elis
Hoje, em 1982, eu estava na praia em Guarapari, no Espírito Santo, quando minha irmã me disse que a cantora de que meu pai gostava havia morrido. Coisas que guardamos na memória…
15:00 Escrito por fiume em Memória, Música | Permalink | Comentários (0) | Tags: música, memória | | del.icio.us | | Digg | Facebook | | Imprimir
Sexta, 12 Janeiro 2007
Sem foto
O culto às celebridades parece ter obtido na internet o veículo perfeito. Está aí a polêmica da Cicarelli para provar. Basta googlar para descobrir tudo — ou quase — sobre qualquer famoso. É claro que a mídia se aproveita bem do filão. A Folha Online, por exemplo, tem dois colunistas setoristas. Mas vi uma versão bem criativa no diário italiano La Repubblica.
A versão on-line do jornal tem um serviço que mostra quem está na boca do povo italiano. Chama-se Star Control — tinha de ser em inglês, claro. A página faz uma varredura nos sites italianos para saber de quem mais se fala no país. E transforma isso num ranking diário.
Steve Jobs, o chefão da Apple, por exemplo, superou o papa Bento XVI depois do anúncio do iPhone e agora está na vice-liderança. O topo é ocupado por Romano Prodi, o primeiro-ministro.
E o negócio é também é interativo. É possível apostar em quem vai subir. Se a indicação for muito óbvia, o apostador ganha alguns pontos. Se for mais arriscada e certeira, leva muitos. É um jogo, não vale grana.
Um certo craque brasileiro do Barcelona é o 21º, mas lidera na categoria Esporte — esqueci de dizer que o ranking tem várias divisões, como Política, Cinema, Televisão, etc. Cicarelli aparece em 4º na seção Moda, em 28º na Televisão e em 210º no geral.
Por curiosidade, fiz uma pesquisa por nome. Luiz Inácio Lula da Silva é o 268º no ranking geral e o 69º entre os políticos. Sem foto.
04:23 Escrito por fiume em Sites, Sociedade, Web | Permalink | Comentários (0) | Tags: sites, internet, celebridades | | del.icio.us | | Digg | Facebook | | Imprimir