Sexta, 12 Janeiro 2007
Sem foto
O culto às celebridades parece ter obtido na internet o veículo perfeito. Está aí a polêmica da Cicarelli para provar. Basta googlar para descobrir tudo — ou quase — sobre qualquer famoso. É claro que a mídia se aproveita bem do filão. A Folha Online, por exemplo, tem dois colunistas setoristas. Mas vi uma versão bem criativa no diário italiano La Repubblica.
A versão on-line do jornal tem um serviço que mostra quem está na boca do povo italiano. Chama-se Star Control — tinha de ser em inglês, claro. A página faz uma varredura nos sites italianos para saber de quem mais se fala no país. E transforma isso num ranking diário.
Steve Jobs, o chefão da Apple, por exemplo, superou o papa Bento XVI depois do anúncio do iPhone e agora está na vice-liderança. O topo é ocupado por Romano Prodi, o primeiro-ministro.
E o negócio é também é interativo. É possível apostar em quem vai subir. Se a indicação for muito óbvia, o apostador ganha alguns pontos. Se for mais arriscada e certeira, leva muitos. É um jogo, não vale grana.
Um certo craque brasileiro do Barcelona é o 21º, mas lidera na categoria Esporte — esqueci de dizer que o ranking tem várias divisões, como Política, Cinema, Televisão, etc. Cicarelli aparece em 4º na seção Moda, em 28º na Televisão e em 210º no geral.
Por curiosidade, fiz uma pesquisa por nome. Luiz Inácio Lula da Silva é o 268º no ranking geral e o 69º entre os políticos. Sem foto.
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Terça, 28 Fevereiro 2006
A geladeira
"Queimou o motor. Melhor o senhor comprar uma nova", decretou o mais sincero técnico que já conheci. Lá vou eu então pesquisar preço e modelo de geladeira... A única vez que fiz isso foi 11 anos atrás, quando me mudei para São Paulo — justamente para comprar a falecida. Foi na verdade bem fácil. Levei a mais barata de uma marca conhecida — no caso, Cônsul — que encontrei. Era tudo o que meu dinheiro podia pagar. Mas, de lá para cá, como as coisas mudaram!
Sabia que agora existe geladeira turbo? Igualzinho na velha Fórmula 1. Você aperta um botãozinho e acelera o congelamento da comida. Ou o resfriamento da latinha, dependendo da necessidade. Tem ainda algumas com função férias. Você aperta outro botãozinho quando vai ficar alguns dias fora de casa e ela entra em modo econômico. Tudo isso — turbo e férias — aparece no pequeno visor digital no alto da porta.
Para otimizar o funcionamento, elas agora têm pequenas janelas na parede do fundo, para o fluxo de ar gelado ser mais uniforme. Simples e eficaz. E, para não esquecer a porta aberta, prejudicando o funcionamento, elas apitam depois de certo tempo.
Hoje, é preciso mesmo observar um monte de coisas. Prateleiras de vidro temperado, por exemplo. Antes, na minha triste ignorância, as únicas que eu conhecia eram aquelas de aramado, que emborcavam um pouco se o objeto era muito pesado. A gaveta de frutas e verduras tem divisão interna e um orifício regulável para entrada de ar: se tiver só frutas lá dentro, melhor deixá-lo bem aberto; se for só verdura, o contrário; e se for os dois, meio a meio.
As prateleiras das portas também trazem novidades. São todas destacáveis. É só puxar e encaixar noutro lugar, conforme a disposição de que se precise. Num certo modelo, as menores eram ainda deslizantes. Se estiverem atrapalhando algo na direita, basta arrastá-las para a esquerda. Ou para o meio.
E como as geladeiras hoje têm porta-coisas! Além do velho porta-ovos, há o porta-garrafas pet e o porta-latas, sonho de todo grande bebedor de cerveja (não é bem o meu caso, mas também gostei).
Sem falar que agora existe a geladeira que não precisa descongelar nunca. Ó, grandes deuses da tecnologia, obrigado, muito obrigado, vos serei eternamente grato.
Por falar em gelo, esta é uma das melhores partes. O freezer tem uma fabricazinha de gelo. Haja praticidade! É só girar um botão e os cubinhos caem no... porta-gelo — tinha esquecido desse lá em cima.
Tem umas coisas meio estranhas também. Por exemplo, vi um modelo que tinha um dispenser de água interno na porta. Ótimo, não? Mas, diferentemente de outras, nesta a torneira também era interna. Se vou abrir a geladeira para beber água, para que preciso do dispenser então?
Já que estou falando de coisas estranhas, vale citar as formas de pagamento. Eu quis me informar sobre todas para, no fim, calcular qual a melhor. As Casas Bahia são um fracasso. Parcelam em duasmilquatrocentosequarentaeduas vezes, se você pedir. Com um puta juro, claro. Mas não dão desconto à vista. Mas o mais engraçado nesta parte de pechinchar foi no Carrefour. Eu pedi o desconto à vista e a atendente me disse: "Vai demorar pelo menos uns 20 dias até cadastrarmos o seu cheque. O senhor não quer parcelar no cartão?" Que exagero, pensei. Como vi que estava difícil, resolvi chutar o balde. "E cash? E seu eu colocar as notas, uma por uma, na sua mão? Quanto de desconto você me dá?", perguntei. "Desculpe, não damos desconto."
20:40 Escrito por fiume em Shopping, Sociedade, Tecnologia | Permalink | Comentários (2) | | del.icio.us | | Digg | Facebook | | Imprimir
Quinta, 16 Fevereiro 2006
Viva a evolução! *
Já aviso. Este será um post politicamente incorreto. Portanto, se você se importar com isso, por favor não o leia.
Muitos anos atrás, vi numa nota de jornal o que considerava a morte mais estúpida até então. Uma pessoa estava caminhando pela praia, na Austrália, quando uma prancha trazida por uma ventania acertou sua cabeça. Que jeito de morrer, não?
Mas, mais tarde, descobri mortes bem mais imbecis. Foi num domingo calmo de plantão — acho que faz uns dois anos —, quando uma repórter de ciências me mostrou um site genial. Chama-se Darwin Awards. É engraçadíssimo. A proposta é “homenagear”, em nome do pai da evolução, aquelas pessoas que contribuíram para melhorar o “banco genético mundial” ao se eliminar dele. Não entendeu, né? O prêmio vai para a morte mais estúpida que se conseguir descobrir, causada pela própria vítima. Ou seja, matando-se, o imbecil em questão retira seus estúpidos genes do banco. Uma grande contribuição para a evolução da humanidade.
O vencedor de 2005, por exemplo, foi um sujeito que se embebedou e, vendo que seu estoque alcóolico estava baixo, acusou o vizinho de roubá-lo — ele mesmo não poderia ser o responsável por isso, claro. O cara ameaçou o vizinho, mas nada conseguiu. Resolveu então forjar uma agressão para culpá-lo. Desferiu uma facada contra o próprio peito. Como o golpe não pareceu muito perigoso, deu outro. Esse sim foi perigoso o bastante. Atingiu seu coração. Ele morreu dois minutos depois. E, ainda por cima, além de uma pessoa ter visto o fato, testemunhando à polícia que ele próprio havia se esfaqueado, o vizinho nem estava em casa na hora de tudo.
No site há vários outros casos. Cada um mais engraçado que o outro.
Aqui no Brasil, o que não falta são imbecis que se matam. Umas duas semanas atrás, quando o Rio foi castigado por um supertemporal, um garoto de 16 anos, que estava bem protegido em casa, resolveu surfar na enxurrada. Seu corpo foi encontrado dois dias depois.
Bem, eu me lembrei de tudo isso por causa de uma nota que li hoje no Portal Estadão. Aqui vai:
A polícia de Maringá descartou nesta terça o envolvimento do marido na morte de sua mulher, de 29 anos, por asfixia. Ela morreu junto com seu amante, um policial civil, de 46 anos. Os corpos dos dois foram encontrados dentro de um carro estacionado na garagem de um motel da cidade do norte do Paraná. O policial era casado e, assim como a amante, tinha dois filhos. Os corpos foram encontrados na manhã de sábado. O casal havia chegado ao motel por volta das 14 horas de sexta-feira e, em vez utilizar o quarto que havia alugado, preferiu fazer amor no banco traseiro do veículo do policial. Como fazia calor, deixaram o motor do carro ligado para que o ar-condicionado pudesse ser acionado, cobriram o veículo com um edredom e taparam os vidros laterais com os tapetes de borracha. A porta da garagem estava fechada. Os dois morreram asfixiados por monóxido de carbono poucos minutos depois de o motor ter sido acionado, suspeita a polícia. A eventual participação do marido está temporariamente descartada porque, de acordo com a polícia, ao ser informado que sua esposa fora encontrada morta num motel, ele teve um ataque de raiva. A identidade dele não foi revelada.
Pena não haver políticos se matando no Brasil…
*Inicialmente postado em O Garganta de Fogo
15:18 Escrito por fiume em Ciência, Sites, Sociedade | Permalink | Comentários (0) | | del.icio.us | | Digg | Facebook | | Imprimir
Terça, 14 Fevereiro 2006
"Qual a poltrona, senhor?" *
Chegamos com quase 1 hora de antecedência ao cinema. Será a minha primeira vez numa sala com cadeiras numeradas, apesar de o sistema já estar em vigor em algumas delas em São Paulo faz uns 4 ou 5 meses. A fila para comprar os bilhetes está pequena. Mas por que não anda? Não anda mesmo, nem sai do lugar. Dez minutos e ainda no mesmo lugar. Um passinho, outro…
As pessoas demoram para escolher o lugar. Por isso a demora. Ficamos meia hora na fila até comprar o bilhete — R$ 19,00 cada; estou no Iguatemi, o shopping mais sofisticado da cidade.
Bilhetes na mão, eu e Marta partimos em direção à sala. Não há filas, o que, considerando-se que estamos em São Paulo (paulistano não pode ver uma fila que já adere) é uma boa novidade. O lanterninha (isso mesmo, um lanterninha!; o corretor ortográfico do Word nem sabe o que é) me diz: “Qual o número da poltrona, senhor?”
Achamos nossos lugares e nos sentamos. A sala ainda está vazia. As pessoas só começam mesmo a entrar bem perto do início da sessão. Há uma agitação dentro da sala. Muitas pessoas entrando rapidamente, buscando seus lugares. A sessão já vai ter início. Começam os anúncios. As luzes se apagam.
A agitação se intensifica. Há pessoas em pé, muitas delas, mas não vejo direito o que está acontecendo; está escuro. Ouço pessoas rirem; outras estão discutindo. Começa o primeiro trailer. Luz acesas! Projeção interrompida.
Vejo as pessoas que estão discutindo. Estão falando com uma mulher, que suponho ser a gerente do cinema. Parece que alguém se sentou no lugar delas; ou que, contrariando as leis da Física, foram vendidos os mesmos assentos para duas pessoas. Um sujeito está bem aborrecido. Fala alto com a gerente.
Há várias cadeiras vazias ainda. Muitas pessoas ainda estão entrando na sala. Passam-se 10 minutos e as pessoas continuam entrando, a gerente está meio maluca tentando pôr todos em seus lugares e tem gente saindo — elas logo voltariam com sacos enormes de pipoca.
Está a maior bagunça no cinema. Mas, espera aí: este tal assento numerado não é para facilitar as coisas? Vinte minutos de atraso!
Ufa! Luzes apagadas. Vai começar o filme…
[Ao som de: nyc ghosts & flowers, por Sonic Youth (2000; Geffen Records)]
*Inicialmente postado em O Garganta de Fogo
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Terça, 17 Janeiro 2006
A tela*
Uma coisa curiosa tem me acontecido praticamente todos os dias. É uma bobagem, reconheço, mas não consigo deixar de reparar. Talvez seja um bom exemplo do poder da mídia. Já chego lá.
Tem coisa mais sem graça do que papo de elevador? Puxa, aquela conversinha mole que a gente escuta meio com a orelha de lado naqueles poucos segundos que parecem não passar é de lascar. Tem sempre alguém dizendo como seu fim de semana foi chato ou detalhando uma receita culinária ou contando uma piada meio preconceituosa.
Mas existe algo que empata. Silêncio de elevador. Eu entro e sempre topo com aquele sujeito com cara de bobo que, claro, não tenho a menor idéia de quem seja. Mas o fulano toda vez me cumprimenta. E sabe meu nome! “Bom dia, Rodrigo! Como vai?” E eu ali, sorrisinho de lado, botando os neurônios para processar, mas eles sempre travam antes de me dizer quem é o cara. Morro de medo de o sujeito perceber que não tenho a menor idéia de quem ele seja. Resta-me ficar em silêncio.
E não é que descolei um elevador à prova de papo furado e de silêncio constrangedor? É no prédio onde fica o escritório da Reuters, colado à Ponte João Dias, em São Paulo.
Cada elevador do edifício tem uma tela LCD conectada ao Portal Terra. Ou seja, você viaja até seu andar acompanhando as últimas notícias e, naturalmente, alguma publicidade.
Não tem ninguém que não cole os olhos na telinha. Sério. Parece hipnose. Ninguém fala. No máximo, alguém solta um comentário para o colega já quando estão saindo — “Esse Baixinho é foda. Renovou com o Vasco!”
Me divirto todos os dias reparando nas pessoas com a cabeça meio para cima, vidradas no monitor. Só que fiquei meio encucado. Será que nem no elevador conseguimos nos livrar desta escravidão?
Se estamos parados no semáforo e há um painel eletrônico, o que fazemos? Voltamos nossos olhos, sem perceber, para aquela telona. Em casa então nem se fala… A TV é soberana.
Os brasileiros passam em média 18,4 horas por semana assistindo à programação televisiva, segundo pesquisa do NOP World Report Reports Worldwide, instituto que elabora rankings sobre comportamentos do mercado mundial — se você achou pouco, saiba que o mesmo levantamento, de 2005, mostra que gastamos apenas 5,2 horas por semana com leitura, um dos índices mais baixos da lista de 30 países pesquisados.
Sem falar na telinha do computador, do palm, do celular, da câmera digital. E, depois da TV a cabo, do plasma e do LCD, ainda vem por aí a TV de alta definição. Putz, meu caro, acho que já fodeu de vez…
[Ao som de: Bebel Gilberto (2004; Ziriguiboom/Crammed Discs)]
*Inicialmente postado em O Garganta de Fogo
11:20 Escrito por fiume em Sociedade, Tecnologia | Permalink | Comentários (0) | | del.icio.us | | Digg | Facebook | | Imprimir
Domingo, 15 Janeiro 2006
De Juquehy ao Tietê*
Passei o fim de semana em Juquehy, praia bacana no litoral norte de São Paulo. Foi ótimo, diga-se. O lance foi a volta, na segunda-feira de manhã. É estranho passar pela Anchieta-Imigrantes. Depois da inauguração das novas pistas há uns 2 anos, o sistema ficou ainda mais impressionante.
Ao subir a Serra do Mar, vê-se um enorme complexo de pistas suspensas, encravadas no meio da mata preservada da reserva. Sem falar dos longos túneis que transpassam a montanha. No início da via, avista-se bem lá no alto o trajeto de curvas a percorrer; já em cima, bem lá embaixo o percurso vencido. Engenharia em seu sentido mais nobre. Às vezes fico extasiado com a capacidade humana.
O “estranho” a que me referi ali em cima é o que se vê além e depois disso. E por que motivo conseguimos construir algo tão impressionante e, ao mesmo tempo, o que há em seguida.
De início, cruza-se Cubatão. Preciso dizer algo? Além do complexo industrial e suas inúmeras chaminés erguidos no pé da serra, existem no meio dela os chamados bairros Cota, áreas de ocupação desordenada, sem infra-estrutura adequada. São, digamos, difíceis de ver — imagine então viver lá, entre a autopista de alta velocidade e fluxo intenso, o maior complexo industrial do País e uma serra coberta de vegetação. Sem falar no dano ambiental já causado e o que está por vir, pois essas ocupações não param de crescer.
Quase no fim da Imigrantes, aparece a Represa Billings, de onde se tira água para 1,2 milhão de pessoas no ABC. Em suas margens, ocupações, ocupações, ocupações… Quase todas irregulares, claro. Você deixaria perto do seu filtro algo que sujasse a água que você bebe? Pois é…
No caminho de casa, pego a Marginal do Pinheiros. O rio malcheiroso vai dar em seu colega urbano, o Tietê, hoje um rio totalmente canalizado em seu trecho na capital — por sorte, não preciso pegar a Marginal do Tietê.
Você sabia que o Tietê corre para o interior do País? Inacreditavelmente, a maior, mais populosa, mais industrial e mais poluidora cidade do Brasil despeja seus dejetos num rio que não vai para o mar. Em resumo, São Paulo não consegue nem se livrar da própria merda.
No Brasil é tão fácil estragar um fim de semana perfeito…
[Ao som de: Tom Canta Vinicius (2000; Jobim Music)]
* Inicialmente postado em O Garganta de Fogo
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Quinta, 12 Janeiro 2006
Bento, o dono da verdade
Da Reuters:
Em seu discurso, o papa disse que a defesa do casamento tradicional “não é uma peculiaridade dos ensinamentos morais católicos, mas sim parte de uma verdade elementar referente à humanidade”.
Ele disse que seria um “grave erro” reconhecer legalmente “outras formas de união”.
14:38 Escrito por fiume em Religião, Sociedade | Permalink | Comentários (0) | | del.icio.us | | Digg | Facebook | | Imprimir
Sexta, 23 Dezembro 2005
Outra do PT
Interessante post do Blog do Josias, na Folha Online, mostra que, na hora de embolsar o dinheiro público, mesmo que legalmente, o PT rasga seu próprio estatuto.
15:35 Escrito por fiume em Blog, Sociedade | Permalink | Comentários (0) | | del.icio.us | | Digg | Facebook | | Imprimir
Responsabilidade coletiva
Estão cadastrados no Maxpress (www.maxpressnet.com.br), banco de dados sobre a imprensa bastante utilizado por empresas e assessorias de comunicação, 439 jornalistas que cobrem o terceiro setor em 177 veículos em todo o Brasil — alguns em mais de um deles. Não parece pouco.
É de fato uma área em crescimento. A Agência Repórter Social, por exemplo, registrou em 2005 aumento de mais de 100% no número de visitantes em seu site (www.reportersocial.com.br) e no de assinantes do serviço diário Agenda da Cidadania.
Nos últimos anos, os veículos de comunicação criaram seções especializadas em responsabilidade social. E muitos profissionais de comunicação deixaram a cobertura de áreas tradicionais, como economia ou política, por exemplo, para se tornarem setoristas de responsabilidade social.
Isso, na verdade, é um reflexo do própria sociedade brasileira. Mostra a dimensão de seu interesse sobre o que ela está fazendo por si mesma. Que perdure.
15:15 Escrito por fiume em Jornalismo, Sociedade | Permalink | Comentários (1) | | del.icio.us | | Digg | Facebook | | Imprimir
Terça, 08 Novembro 2005
O contador – 2
É assustador descobrir o quanto o Brasil é um país com uma educação deficiente. Recebi uma carta do presidente da associação de docentes de uma universidade federal no interior de Minas em que ele faz algumas considerações sobre uma reportagem e, por fim, parabeniza o Estadão pela qualidade cecular do jornal. Um professor universitário!
O contador de visitas que instalei no blog – que até já foi assunto de um post (ver O contador) – também me deu um exemplo curioso dessa deficiência. Ele mostra, entre outras coisas, como o visitante entrou no blog. Muitos o fizeram por meio de sites de buscas.
E muitos destes estavam pesquisando sobre filmes em geral ou específicos. O problema, para o meu espanto, é que várias escreveram fiume em vez de filme. Exemplos (as palavras grifadas são exatamente as digitadas):
De Brasília, via MSN: fiume de aventuras.
Do Rio, via Cadê: sexo em fiume.
De Tanque, no Espírito Santo, via Google: de volta a terra do nunca o fiume.
De Campo Grande, pelo Google: fiume de sexo.
De São Paulo, pelo Google: fabrica de chocolate o fiume.
De São Paulo, via Google: o fiume zorro.
De Brasília, pelo Google: fiume de um morto muito louco.
De São Paulo, pelo Google: um fiume de carro.
De Xaxim (PR), via Cadê: fotos do fiume quarteto fantastico.
De Santos, pelo Google: sexo fiume.
De Ourinhos (SP), Google: fiume de carro.
De Brasília, Google (pelo visto, ele queria uma cópia pirata): fiume 2 filhos de francisco para baixar.
De São Paulo, Google: fiume do mickey.
De Goiânia, pelo Google: fiume sexo.
De São Paulo, Google: fiume de guy.
De São Luís, no Acre, pelo Google: mulher gato o fiume.
De São Paulo, pelo buscador do Terra: fiume de hoje no cinema.
Do Rio de Janeiro, Google: quarteto fantastico o fiume.
De Hamamatsu, no Japão (estava longe o cara, não?), pelo MSN: fiume de sexo.
Do Rio, pelo MSN: dvd fiume.
De São Paulo, pelo MSN: ver fiume sexo.
Do Rio, pelo Google: fiume 2 filho de francisco.
De São Paulo, via MSN: fiume de sexo.
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Segunda, 07 Novembro 2005
Caixa 2
15:54 Escrito por fiume em Jornalismo, Sociedade | Permalink | Comentários (0) | | del.icio.us | | Digg | Facebook | | Imprimir
Sexta, 04 Novembro 2005
O caixa 2 do PT é seu
Se for de fato verdade – e provavelmente é –, tudo o que o relator da CPI dos Correios, Osmar Serraglio (PMDB-PR), disse nos últimos 2 dias significará uma só coisa: o dinheiro que abasteceu o caixa 2 do PT veio de seu, do meu, do nosso bolso.
22:37 Escrito por fiume em Sociedade | Permalink | Comentários (0) | | del.icio.us | | Digg | Facebook | | Imprimir
Sobre Lula e Bush
(...) – se eles estão no caminho certo da história, se eles descobriram qual o rumo certo do desenvolvimento do mundo, o que importa revelar identidade de agente secreto ou saquear o estado e subornar parlamentares? É tudo para um bem comum. Agora, têm de responder por ilegalidade que realmente talvez eles nem compreendam. (...)
Copiado descaradamente de River Run
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Terça, 01 Novembro 2005
Feliz 1993
Bilhete manuscrito endereçado ao jornalista Clóvis Rossi, da Folha, na época da queda de Fernando Collor:
Nossa expectativa era retirá-lo algemado da Casa da Dinda. Conseguimos, até o momento, a renúncia. Valeu a luta e o sabor da vitória de resgatar a ética na política.
Feliz 1993
Aloizio Mercadante
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Segunda, 31 Outubro 2005
A batida
O Brasil foi tema de um episódio sobre tráfico de animais silvestres de um programa do Animal Planet. A apresentadora, uma britânica loira, foi acompanhar uma batida policial numa freira livre na periferia de São Paulo, onde é bastante comum a venda de animais silvestres – uma atividade ilegal. Ela usou um boné para disfarçar a visível nacionalidade estrangeira e o cinegrafista escondeu a câmera numa grande bolsa, para não prejudicar a operação policial.
Durante a ação, um policial confundiu o cinegrafista com um traficante de animais, por causa da bolsa, e botou o berro na cabeça dele – as imagens não foram mostradas, o episódio foi apenas narrado. E a equipe presenciou os policiais autuarem e prenderem 2 colegas que negociavam aves silvestres na tal feira. Estava mais constrangida do que a equipe policial.
A polícia brasileira é tão engraçada...
21:00 Escrito por fiume em Sociedade | Permalink | Comentários (0) | | del.icio.us | | Digg | Facebook | | Imprimir
Quarta, 26 Outubro 2005
Carta ao Yuri*
Meu caro Yuri,
Não se aborreça com a minha afirmação sobre o referendo. É também uma questão de princípio. Por princípio, uma arma não pode estar ligada à vida. Mesmo na hipótese de que seja usada para preservar uma, ela seria usada contra outra e assim...
Qualquer que fosse o resultado no referendo, pouco mudaria. O Estatuto do Desarmamento, um bom documento que salvou muitas vidas, já restringiu – e muito – o acesso das pessoas a armamentos. O sim pouco mudaria isso. Seria mais uma coisa simbólica – como foi a vitória do não.
O que se perdeu foi uma oportunidade de o Brasil mostrar liderança num assunto muito polêmico – algo bem escasso. Seria uma grande nação dizendo adeus às armas (sorry pela referência). Um exemplo para a História.
Sobre a questão de o governo dizer ou não o que se pode fazer, não se pode levar tudo tão ao pé da letra. Por princípio, a civilização está ligada a um Estado. Fora dele, só há anarquia.
De qualquer forma, a melhor arma é a palavra. E dela se faz a democracia, algo que se viu no domingo.
Grande abraço,
Rodrigo
* ver comentário em Eu vou vivendo...
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Domingo, 23 Outubro 2005
Eu vou vivendo...
São duas opções. Só uma ligada à vida.
Eu voto sim e vou vivendo...
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