Ok

By continuing your visit to this site, you accept the use of cookies. These ensure the smooth running of our services. Learn more.

Sexta, 27 Janeiro 2006

Cada louco...

Desculpem-me, mas é engraçado. Da Reuters:

Prometendo destruir Jesus do ponto de vista histórico, um ateu italiano levou sua cruzada profana à Justiça na sexta-feira, abrindo um processo para que se comprove ou não a existência de Cristo. “Jesus é ficção”, disse Luigi Cascioli. “A Igreja está enganando as pessoas, e deve ser responsabilizada.”Cascioli evocou a chamada lei do “Abuso di Credulitá Popolare” (abuso da fé pública) contra um conterrâneo que foi seu colega durante a rápida passagem dele por um seminário católico, há cerca de 60 anos. Enquanto Cascioli se tornou um ateu convicto, seu amigo Enrico Righi virou padre e articulista de um jornal católico local.

Ele diz que Righi, numa edição de 2002 na qual escreveu sobre “o homem” Jesus, violou a lei italiana, por não ter provas da existência histórica de Cristo. Após a audiência preliminar de sexta-feira, o juiz deve decidir se admitirá o processo, o que é pouco provável num país tão católico quanto a Itália.

Com seu jeito de acadêmico, óculos de aros marrons pendurados em volta do pescoço, Cascioli brandiu seu livro “A Fábula de Cristo” diante da multidão de jornalistas reunidos no tribunal. “Mostro em meu livro que Cristo não existiu. Eles (a Igreja) não têm nada. Nenhuma prova de que ele existiu”, afirmou.

Para Cascioli, a Igreja construiu o personagem de Jesus a partir da personalidade de João de Gamala, um judeu do século 1, que combateu os romanos.

Righi, que se aposenta em poucos dias, não foi ao tribunal na sexta-feira — enviou seu advogado. “Ele está muito triste, muito triste”, disse seu irmão, Luigi Righi. “Não só pelo processo, mas porque ele e Cascioli eram amigos.”

Ambos são da pequena Bagnoregio, nos arredores de Viterbo, ao norte de Roma. O advogado de Righi, Bruno Severo, disse estar confiante no arquivamento do caso. “Mas talvez Cascioli venda mais exemplares do seu livro”, comentou.

01:55 Escrito por fiume em Religião | Permalink | Comentários (0) | |  del.icio.us | | Digg! Digg |  Facebook | |  Imprimir

Segunda, 23 Janeiro 2006

Que viva o imperador...

37° no termômetro da Henrique Schaumann. Depois de sushi à sombra das árvores no Sumaré, me abrigo no ar condicionado do Arteplex e nas paisagens gélicas de A Marcha do Imperador

Não sei dizer se foi o melhor documentário que já vi. Mas com certeza foi o mais bonito.

As paisagens do filme de Jean Luc Jacquet são magníficas. E, de fato, a vida do pingüim imperador vale um romance. A idéia de misturá-los (vida e drama) como forma narrativa para mostrar como eles vivem — e sobrevivem — no mais inóspito dos hábitats funciona perfeitamente. Não por acaso foi o segundo documentário mais visto de todos os tempos, atrás apenas de Fahrenheit 9/11, de Michael Moore.

No deserto branco, o embate entre a vida e o inverno é tocante. Quem vencerá?

[Ao som de: Nina Simone / The Best of (s/d; Sum Records), em homenagem ao Pedro]

01:50 Escrito por fiume em Filme | Permalink | Comentários (2) | |  del.icio.us | | Digg! Digg |  Facebook | |  Imprimir

Terça, 17 Janeiro 2006

A tela*

Uma coisa curiosa tem me acontecido praticamente todos os dias. É uma bobagem, reconheço, mas não consigo deixar de reparar. Talvez seja um bom exemplo do poder da mídia. Já chego lá.

Tem coisa mais sem graça do que papo de elevador? Puxa, aquela conversinha mole que a gente escuta meio com a orelha de lado naqueles poucos segundos que parecem não passar é de lascar. Tem sempre alguém dizendo como seu fim de semana foi chato ou detalhando uma receita culinária ou contando uma piada meio preconceituosa.

Mas existe algo que empata. Silêncio de elevador. Eu entro e sempre topo com aquele sujeito com cara de bobo que, claro, não tenho a menor idéia de quem seja. Mas o fulano toda vez me cumprimenta. E sabe meu nome! “Bom dia, Rodrigo! Como vai?” E eu ali, sorrisinho de lado, botando os neurônios para processar, mas eles sempre travam antes de me dizer quem é o cara. Morro de medo de o sujeito perceber que não tenho a menor idéia de quem ele seja. Resta-me ficar em silêncio.

E não é que descolei um elevador à prova de papo furado e de silêncio constrangedor? É no prédio onde fica o escritório da Reuters, colado à Ponte João Dias, em São Paulo.

Cada elevador do edifício tem uma tela LCD conectada ao Portal Terra. Ou seja, você viaja até seu andar acompanhando as últimas notícias e, naturalmente, alguma publicidade.

Não tem ninguém que não cole os olhos na telinha. Sério. Parece hipnose. Ninguém fala. No máximo, alguém solta um comentário para o colega já quando estão saindo — “Esse Baixinho é foda. Renovou com o Vasco!”

Me divirto todos os dias reparando nas pessoas com a cabeça meio para cima, vidradas no monitor. Só que fiquei meio encucado. Será que nem no elevador conseguimos nos livrar desta escravidão?

Se estamos parados no semáforo e há um painel eletrônico, o que fazemos? Voltamos nossos olhos, sem perceber, para aquela telona. Em casa então nem se fala… A TV é soberana.

Os brasileiros passam em média 18,4 horas por semana assistindo à programação televisiva, segundo pesquisa do NOP World Report Reports Worldwide, instituto que elabora rankings sobre comportamentos do mercado mundial — se você achou pouco, saiba que o mesmo levantamento, de 2005, mostra que gastamos apenas 5,2 horas por semana com leitura, um dos índices mais baixos da lista de 30 países pesquisados.

Sem falar na telinha do computador, do palm, do celular, da câmera digital. E, depois da TV a cabo, do plasma e do LCD, ainda vem por aí a TV de alta definição. Putz, meu caro, acho que já fodeu de vez…

[Ao som de: Bebel Gilberto (2004; Ziriguiboom/Crammed Discs)]

*Inicialmente postado em O Garganta de Fogo

11:20 Escrito por fiume em Sociedade, Tecnologia | Permalink | Comentários (0) | |  del.icio.us | | Digg! Digg |  Facebook | |  Imprimir

Domingo, 15 Janeiro 2006

Lua cheia na Vila

medium_vila_lua.jpg

01:50 Escrito por fiume em Fotografia, Vila Madalena | Permalink | Comentários (0) | Tags: fotografia, vila madalena | |  del.icio.us | | Digg! Digg |  Facebook | |  Imprimir

De Juquehy ao Tietê*

Passei o fim de semana em Juquehy, praia bacana no litoral norte de São Paulo. Foi ótimo, diga-se. O lance foi a volta, na segunda-feira de manhã. É estranho passar pela Anchieta-Imigrantes. Depois da inauguração das novas pistas há uns 2 anos, o sistema ficou ainda mais impressionante.

medium_juquehy.5.jpg
Clique na foto

Ao subir a Serra do Mar, vê-se um enorme complexo de pistas suspensas, encravadas no meio da mata preservada da reserva. Sem falar dos longos túneis que transpassam a montanha. No início da via, avista-se bem lá no alto o trajeto de curvas a percorrer; já em cima, bem lá embaixo o percurso vencido. Engenharia em seu sentido mais nobre. Às vezes fico extasiado com a capacidade humana.

 

O “estranho” a que me referi ali em cima é o que se vê além e depois disso. E por que motivo conseguimos construir algo tão impressionante e, ao mesmo tempo, o que há em seguida.

 

De início, cruza-se Cubatão. Preciso dizer algo? Além do complexo industrial e suas inúmeras chaminés erguidos no pé da serra, existem no meio dela os chamados bairros Cota, áreas de ocupação desordenada, sem infra-estrutura adequada. São, digamos, difíceis de ver — imagine então viver lá, entre a autopista de alta velocidade e fluxo intenso, o maior complexo industrial do País e uma serra coberta de vegetação. Sem falar no dano ambiental já causado e o que está por vir, pois essas ocupações não param de crescer.

 

Quase no fim da Imigrantes, aparece a Represa Billings, de onde se tira água para 1,2 milhão de pessoas no ABC. Em suas margens, ocupações, ocupações, ocupações… Quase todas irregulares, claro. Você deixaria perto do seu filtro algo que sujasse a água que você bebe? Pois é…

 

No caminho de casa, pego a Marginal do Pinheiros. O rio malcheiroso vai dar em seu colega urbano, o Tietê, hoje um rio totalmente canalizado em seu trecho na capital — por sorte, não preciso pegar a Marginal do Tietê.

Você sabia que o Tietê corre para o interior do País? Inacreditavelmente, a maior, mais populosa, mais industrial e mais poluidora cidade do Brasil despeja seus dejetos num rio que não vai para o mar. Em resumo, São Paulo não consegue nem se livrar da própria merda.

No Brasil é tão fácil estragar um fim de semana perfeito…

[Ao som de: Tom Canta Vinicius (2000; Jobim Music)]

* Inicialmente postado em O Garganta de Fogo

00:55 Escrito por fiume em Sociedade, Viagem | Permalink | Comentários (0) | |  del.icio.us | | Digg! Digg |  Facebook | |  Imprimir

Sábado, 14 Janeiro 2006

Geometria — 5

medium_portnova.2.jpg
Detalhe da grade do portão da antiga Estação Ferroviária de Goiânia, construída em estilo art déco. Foi inaugurada em 1954.

 

 

11:20 Escrito por fiume em Artes | Permalink | Comentários (0) | |  del.icio.us | | Digg! Digg |  Facebook | |  Imprimir

Sexta, 13 Janeiro 2006

Geometria — 4

medium_jan.3.jpg
Janela lateral do Teatro Goiânia

 

 

11:20 Escrito por fiume em Artes | Permalink | Comentários (0) | |  del.icio.us | | Digg! Digg |  Facebook | |  Imprimir

Quinta, 12 Janeiro 2006

Bento, o dono da verdade

Da Reuters:

Em seu discurso, o papa disse que a defesa do casamento tradicional “não é uma peculiaridade dos ensinamentos morais católicos, mas sim parte de uma verdade elementar referente à humanidade”.

Ele disse que seria um “grave erro” reconhecer legalmente “outras formas de união”.

14:38 Escrito por fiume em Religião, Sociedade | Permalink | Comentários (0) | |  del.icio.us | | Digg! Digg |  Facebook | |  Imprimir

Geometria — 3

medium_teat.5.jpg
Detalhe da lateral do Teatro Goiânia

01:15 Escrito por fiume em Artes | Permalink | Comentários (0) | |  del.icio.us | | Digg! Digg |  Facebook | |  Imprimir

Quarta, 11 Janeiro 2006

Geometria — 2

medium_teat2.6.jpg
Detalhe da fachada do Teatro Goiânia

01:15 Escrito por fiume em Artes | Permalink | Comentários (0) | |  del.icio.us | | Digg! Digg |  Facebook | |  Imprimir

Terça, 10 Janeiro 2006

Geometria

medium_teat1.6.jpg
Detalhe da bilheteria do Teatro Goiânia, inaugurado em 1942. Construído em estilo art déco.

01:09 Escrito por fiume em Artes | Permalink | Comentários (0) | |  del.icio.us | | Digg! Digg |  Facebook | |  Imprimir